Passado:
Romanos 8:24: "Porque na esperança fomos salvos".
Presente:
Atos 15:11: "Mas cremos que somos salvos pela graça".
1ª Coríntios 1:18: "[...] mas para nós que somos salvos, poder de Deus".
Futuro:
Romanos 5:11: "[...] muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos, pela sua vinda".
Nota-se que o filho de Deus é salvo em três momentos:
no passado, através da experiência com a graça de Deus, quando se crer Nele.
no pesente, através da ação da graça durante a vida diária.
no futuro, através da manifestação pessoal da graça em Jesus Cristo.
Para o filho de Deus, a salvação em suas fases pode ser definidas pelos seguintes termos:
Salvação no passado: justificação.
Salvação no presente: santificação.
Salvação no futuro: glorificação.
É o ser considerado justo diante da autoridade de Deus pelos méritos de Seu Filho, Jesus Cristo.
Para que a justificação funcione é necessário que compreendamos a natureza do pcado e com esta influencia o nosso destino.
É declarado nas Escrituras Sagradas que "Não há nenhum justo, nem um sequer!" (Romanos 3:10), que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23), que "não há homeme que não peque" (2º Crônicas 6:36) e que "não há homem justo sobre a terra que faça o bem e não peque" (Eclesiastes 7:20). Isso é consequência da influência misteriosa do pecado sobre nossa natureza. Esta é, naturalmente, nossa condição diante de um Deus justo; "éramos por natureza filhos da ira" (Efésios 2:3), destinados à morte eterna (Romanos 6:23).
O conceito de pecado na Bíblia é bastante amplo, mas bem definido e, em geral, expressa a ideia de desvio, errar o alvo, iniquidade, etc. Mas há uma definição bíblica muito objetiva de pecado: "Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei" (1ª João 3:4).
Para que reconheçamos o pecado precisamos reconhecer inicialmente a santa lei de Deus. Ela não é o pecado (Romanos 7:7), mas sua função é apontar a existência do mesmo (Romanos 3:20).
Curiosamente o anticristo, segundo o apóstolo Paulo, é chamado de "o homem da iniquidade" (2ª Tessalonicenses 2:3). A palavra grega utilizada pelo apóstolo para iniquidade é anomos, que é composta pelo radical grego a, não, e pela raiz grega nomos, lei; portanto, a palavra anomos significa literalmente "sem lei", por isso traduzida como iniquidade. Uma pessoa iníqua é aquela que resiste à evidência da lei, sendo-lhe contrária. desejando viver à parte dela, ignorando sua existência.
Voltando ao conceito de justificação, fica claro que para desfrutarmos desse dom é preciso reconhecermos que a lei de Deus é válida e que ela é exata em seus termos e sobreana. Só assim podemos expressar legitimamente o arrependimento e a conversão (Atos 2:38).
Quando somos convencidos deste fato Deus nos concede fé suficiente para desfrutarmos da salvação por Sua graça (Efésios 2:8). Nesses termos é a fé o meio que conduz o pecado a Jesus que, enfim, o tornará justo: "o justo viverá pela fé" (Romanos 1:17). Esta não é uma fé cega, mas sim baseada nas evidências reveladas no evangelho eterno (Apocalipse 14:6), porque este "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Romanos 1:16).
Sendo mais objetivos, podemos definir a justificação como a etapa da salvação em que somos considerados justos diante de um Deus justo pela fé nos méritos de Cristo como descritos no evangelho.
Se somos justificados em Cristo, então Sua lei já não nos revela o pecado e, em consequência, não sofremos a condenação do mesmo, isto é, a morte. Portanto, desfrutar da justificação é o mesmo que dizer que fomos salvos da condenação do pecado.
Vale a pena lembrarmos que a justificação é um fenômeno pontual no tempo e de natureza espiritual, isto é, ela é instantânea, imediata e eficaz. Ela é limitada ao tempo, mas seus efeitos extrapolam este limite temporal. A justificação exige uma continuidade para além de sua vizinhança e esta continuidade é chamada santificação.
Como vimos anteriormente, nós possuimos uma natureza pecaminosa que nos torna condenados à morte eterna. É preciso possuírmos consciência da existência da lei de Deus e de seus reclamos para que venhamos nos arrepender. Também precisamos contemplar o evangelho eterno para que, pela fé, a graciosa justificação se revele em nós. Como foi dito antes, a justificação é um fenômeno pontual, instantânea e limitada ao tempo, mas possuidora de um poder capaz de produzir a conversão do pecador. É neste ponto que se encerra a ação exclusiva da justificação.